The Courting
of Fire – Parte 2
(Para ver o que se passou na
primeira parte: link)
O antipático DM que tem assumido as
rédeas das sessões da Irmandade da Vacaria fez bem ao lembrar no início da
sessão a "Batalha de Lepanto". Quando derrotado pela frota do Papa
Pio V, o Grão-Vizir do Império Otomano terá dito que a derrota era meramente o
equivalente a cortarem-lhes as barbas, pois estas voltariam a crescer. Foi com
esta moral que o heróico Khan Bleedingaxe deixou para trás o fatídico episódio
com os elfos-turcos da Darksong Forest. Com isto, e com uma mascarilha ao
estilo bandido do Velho Oeste em redor do rosto, feita a partir dos trapos de
um pano com o símbolo dos Harpers.
Ice, Ice,
Baby
À saída da floresta - coincidência
das coincidências! - damos de caras com Lanza (bardo) e Sasha (ranger), que obviamente
não estavam perdidos numa qualquer floresta no meio das montanhas...
Pouco tempo houve para festejos,
porque logo de seguida deparamos com «A Vaca» presa num bloco de gelo, junto a
um simpático dragão fêmea que respondia pelo nome Aneska. Alas!, a
pérfida Anushka (pessoalmente prefiro tratá-la assim, de forma bastante menos
ameaçadora) ameaça-nos de morte se não lhe trouxermos o artefacto escondido na
caverna do Circle of Scales.
Corajosamente, e sem qualquer
hesitação, o muy bravo e heróico Lanza diz-lhe imediatamente que sim.
É encorajador uma pessoa saber-se
rodeada de intrépidos camaradas, que não vacilam perante as adversidades...
F@#$ING
KOBOLDS!!!!
Chegados a um templo em ruínas,
Andrezeel verifica que este está repleto de kobolds. Toda a gente pega nas suas
armas de longo alcance, e desata a disparar. Esperem! Toda a gente? Não, pois o
glorioso Khan vem armado - ao bom estilo anão - com um martelo de batalha e um
machado. E então, no meio de flechas e dardos de besta, Khan irrompe pelo campo
de batalha soltando um grito de guerra. E, cumprindo a tradição, antes de dar
dois passos está estatelado no meio do chão, rodeado de kobolds, e a sonhar com
anãs roliças com barbas perfumadas.
Braaaaaains
Por baixo do templo encontram uma
câmara, decorada com motivos alusivos aos dragões, cheia de zombies.
Finalmente, após tantas e tantas e tantas horas de martírio, plasmadas em 1100
pontos de XP acumulados, eis que o meu clérigo anão Harper prova finalmente
servir para alguma coisa! Bendito turn undead,
que consegue manter boa parte daquela bicharada controlada.
A charmosa violinista Scarlet tenta
armar-se em Lara Croft, fazendo piruetas enquanto dispara as suas hand
crossbows, e estatelando-se estrondosamente em cima de um altar cerimonial.
Tento convencer o DM a meter uma múmia debaixo do altar, mas o tipo é
antipático e não liga patavina às minhas brilhantes sugestões. Scarlet tenta
recompor-se, fazendo nova cambalhota no ar para cima do segundo altar
cerimonial. Estatela-se novamente no meio do chão. Hummm, de repente começo a
pensar que o meu anão desbarbado não faz assim tão má figura.
Trick
or Treat
Havendo uma porta de metal
na câmara, eu e o Lanza fazemo-nos passar por bandidos enviados por Teebem, em
busca de Spernick. Somos actores fabulosos, dignos de um Óscar, mas o pérfido
DM não nos abre a porta. Se ele tivesse seguido a minha sugestão da múmia,
neste momento podíamos tê-la usado como aríete. Em vez disso, usamos um dos NPC
Harpers que estoira com a porta usando o seu Greataxe.
Mais porrada, mais
kobolds, o Spernick é um maldito clérigo que faz inflict wounds. O Lanza cai ao
chão, e eu já só tenho um feitiço de cure wounds. Um dos Harpers cai ao chão, e
eu já só tenho um feitiço de cure wounds. A Sasha cai ao chão, e eu já só tenho
um feitiço de cure wounds. Isto está a correr bem.
Miraculosamente,
conseguimos capturar Spernick e evitar perder qualquer membro do grupo.
Em
caso de dúvida, mandem o bardo à frente…
A sala onde derrotamos
Spernick tem uma estátua de um dragão vermelho. Nos bolsos do sacerdote
maléfico encontramos um quarto de uma esfera preta, e outro quarto de uma
esfera verde. Andrezeel encontra “algo mais” – um anel de fire resistance!!!!!!
– que cordialmente decide ocultar do resto do grupo! MALEDETTO ZHENTARIM! SOLO
SCORTICATO VIVO!!!!!
Para completar a esfera
faltavam dois quartos da raiz quadrada de duas metades. Havendo quatro salas
armadilhadas, fizemos o que tinha lógica: atirámos o bardo para dentro de cada
uma das salas! Esquartejado, electrocutado, scorticato vivo, e mais uma data de
patifarias, e lá conseguimos reunir os quatro quartos de π r2.
Eis que se abre uma porta
secreta, e de lá aparece um wraith-something que diz blablablablabla, nobody
cares, die, die, die, we want the loot. Morre, atingido por alguns dos meus
raios radiantes, e outras coisas. E no interior da sala flamejante… o
artefacto! Uma escama de Tiamat!
Soltem
os dragões
A senhora violinista
começa a armar-se em carraça, e insiste em ficar com a escama. Eu começo a
armar-me em carraça, e insisto em levar a escama aos Harpers. O bardo começa a
armar-se em carraça, e insiste em entregar a escama à Anushka. Esperem lá, mas o
bardo ainda está vivo? Onde é que anda o Zhentarim quando precisamos dele? A
Sasha, que até ao momento se manteve neutra na disputa, decide armar-se em
carraça, e insiste em levar a escama para o Emerald Enclave (seja lá essa gente
quem for). O DM decide armar-se em carraça, e um dos Harpers desata a correr em
pânico e a gritar que a Anushka está lá fora.
Mesmo sem barba eu sou um
gentleman, e não mato a carraça da Scarlet. Decidimos voltar à superfície “e
logo se vê”. Eis senão quando, chegados cá fora, a Scarlet decide
transformar-se num COLOSSALMENTE GIGANTESCO GOLD DRAGON e usa o artefacto para
fazer panquecas da Anushka.
Contagem final: Harpers vs
Zhents vs Emerald Enclave vs Bardo = Empate Técnico
Curtain falls, quero um
downtine de duas décadas para que a minha barba volte ao sítio. THE END.
Balanço
Esta foi a Expedition de
que menos gostei. A razão é simples: enquanto jogador não gosto de me sentir um
mero espectador na história. É perceptível que o grupo nada poderia contra a
Anushka, que embora não fosse um great white wyrm certamente faria tiras de
bacon com todos nós se em algum momento a decidíssemos enfrentar. E, tanto
quanto percebi, não tínhamos hipóteses de sair vivos do esconderijo do Circle
of Scales sem ter a Scarlet para activar a escama, depois de se transformar
numa ancient gold wyrm. Em suma: nada podíamos contra a Anushka, nada podíamos
sem a Scarlet, e provavelmente nunca conseguiríamos ficar com a escama para
tentar explorá-la de alguma forma para a história da campanha.
Fica um sabor agridoce,
porque foram dois episódios onde foi notório o sacrifício do grupo, e o esforço
que foi necessário para conseguirmos sair dali todos com vida, e no fim fica a
sensação que pouco teve a ver connosco, e que saímos dali com cento e poucas
moedas de ouro, que ainda por cima mal pagam as healing potions que tivemos que
usar.
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