Thursday, 5 March 2015

D&D 5 – It’s Raining Dragons

The Courting of Fire – Parte 2
(Para ver o que se passou na primeira parte: link)


O antipático DM que tem assumido as rédeas das sessões da Irmandade da Vacaria fez bem ao lembrar no início da sessão a "Batalha de Lepanto". Quando derrotado pela frota do Papa Pio V, o Grão-Vizir do Império Otomano terá dito que a derrota era meramente o equivalente a cortarem-lhes as barbas, pois estas voltariam a crescer. Foi com esta moral que o heróico Khan Bleedingaxe deixou para trás o fatídico episódio com os elfos-turcos da Darksong Forest. Com isto, e com uma mascarilha ao estilo bandido do Velho Oeste em redor do rosto, feita a partir dos trapos de um pano com o símbolo dos Harpers.


Ice, Ice, Baby
À saída da floresta - coincidência das coincidências! - damos de caras com Lanza (bardo) e Sasha (ranger), que obviamente não estavam perdidos numa qualquer floresta no meio das montanhas...
Pouco tempo houve para festejos, porque logo de seguida deparamos com «A Vaca» presa num bloco de gelo, junto a um simpático dragão fêmea que respondia pelo nome Aneska. Alas!, a pérfida Anushka (pessoalmente prefiro tratá-la assim, de forma bastante menos ameaçadora) ameaça-nos de morte se não lhe trouxermos o artefacto escondido na caverna do Circle of Scales.
Corajosamente, e sem qualquer hesitação, o muy bravo e heróico Lanza diz-lhe imediatamente que sim.
É encorajador uma pessoa saber-se rodeada de intrépidos camaradas, que não vacilam perante as adversidades...

F@#$ING KOBOLDS!!!!

Chegados a um templo em ruínas, Andrezeel verifica que este está repleto de kobolds. Toda a gente pega nas suas armas de longo alcance, e desata a disparar. Esperem! Toda a gente? Não, pois o glorioso Khan vem armado - ao bom estilo anão - com um martelo de batalha e um machado. E então, no meio de flechas e dardos de besta, Khan irrompe pelo campo de batalha soltando um grito de guerra. E, cumprindo a tradição, antes de dar dois passos está estatelado no meio do chão, rodeado de kobolds, e a sonhar com anãs roliças com barbas perfumadas.


Braaaaaains
Por baixo do templo encontram uma câmara, decorada com motivos alusivos aos dragões, cheia de zombies. Finalmente, após tantas e tantas e tantas horas de martírio, plasmadas em 1100 pontos de XP acumulados, eis que o meu clérigo anão Harper prova finalmente servir para alguma coisa! Bendito turn undead, que consegue manter boa parte daquela bicharada controlada.
A charmosa violinista Scarlet tenta armar-se em Lara Croft, fazendo piruetas enquanto dispara as suas hand crossbows, e estatelando-se estrondosamente em cima de um altar cerimonial. Tento convencer o DM a meter uma múmia debaixo do altar, mas o tipo é antipático e não liga patavina às minhas brilhantes sugestões. Scarlet tenta recompor-se, fazendo nova cambalhota no ar para cima do segundo altar cerimonial. Estatela-se novamente no meio do chão. Hummm, de repente começo a pensar que o meu anão desbarbado não faz assim tão má figura.

Trick or Treat
Havendo uma porta de metal na câmara, eu e o Lanza fazemo-nos passar por bandidos enviados por Teebem, em busca de Spernick. Somos actores fabulosos, dignos de um Óscar, mas o pérfido DM não nos abre a porta. Se ele tivesse seguido a minha sugestão da múmia, neste momento podíamos tê-la usado como aríete. Em vez disso, usamos um dos NPC Harpers que estoira com a porta usando o seu Greataxe.
Mais porrada, mais kobolds, o Spernick é um maldito clérigo que faz inflict wounds. O Lanza cai ao chão, e eu já só tenho um feitiço de cure wounds. Um dos Harpers cai ao chão, e eu já só tenho um feitiço de cure wounds. A Sasha cai ao chão, e eu já só tenho um feitiço de cure wounds. Isto está a correr bem.
Miraculosamente, conseguimos capturar Spernick e evitar perder qualquer membro do grupo.

Em caso de dúvida, mandem o bardo à frente…
A sala onde derrotamos Spernick tem uma estátua de um dragão vermelho. Nos bolsos do sacerdote maléfico encontramos um quarto de uma esfera preta, e outro quarto de uma esfera verde. Andrezeel encontra “algo mais” – um anel de fire resistance!!!!!! – que cordialmente decide ocultar do resto do grupo! MALEDETTO ZHENTARIM! SOLO SCORTICATO VIVO!!!!!
Para completar a esfera faltavam dois quartos da raiz quadrada de duas metades. Havendo quatro salas armadilhadas, fizemos o que tinha lógica: atirámos o bardo para dentro de cada uma das salas! Esquartejado, electrocutado, scorticato vivo, e mais uma data de patifarias, e lá conseguimos reunir os quatro quartos de π r2.
Eis que se abre uma porta secreta, e de lá aparece um wraith-something que diz blablablablabla, nobody cares, die, die, die, we want the loot. Morre, atingido por alguns dos meus raios radiantes, e outras coisas. E no interior da sala flamejante… o artefacto! Uma escama de Tiamat!

Soltem os dragões
A senhora violinista começa a armar-se em carraça, e insiste em ficar com a escama. Eu começo a armar-me em carraça, e insisto em levar a escama aos Harpers. O bardo começa a armar-se em carraça, e insiste em entregar a escama à Anushka. Esperem lá, mas o bardo ainda está vivo? Onde é que anda o Zhentarim quando precisamos dele? A Sasha, que até ao momento se manteve neutra na disputa, decide armar-se em carraça, e insiste em levar a escama para o Emerald Enclave (seja lá essa gente quem for). O DM decide armar-se em carraça, e um dos Harpers desata a correr em pânico e a gritar que a Anushka está lá fora.
Mesmo sem barba eu sou um gentleman, e não mato a carraça da Scarlet. Decidimos voltar à superfície “e logo se vê”. Eis senão quando, chegados cá fora, a Scarlet decide transformar-se num COLOSSALMENTE GIGANTESCO GOLD DRAGON e usa o artefacto para fazer panquecas da Anushka.
Contagem final: Harpers vs Zhents vs Emerald Enclave vs Bardo = Empate Técnico
Curtain falls, quero um downtine de duas décadas para que a minha barba volte ao sítio. THE END.

Balanço
Esta foi a Expedition de que menos gostei. A razão é simples: enquanto jogador não gosto de me sentir um mero espectador na história. É perceptível que o grupo nada poderia contra a Anushka, que embora não fosse um great white wyrm certamente faria tiras de bacon com todos nós se em algum momento a decidíssemos enfrentar. E, tanto quanto percebi, não tínhamos hipóteses de sair vivos do esconderijo do Circle of Scales sem ter a Scarlet para activar a escama, depois de se transformar numa ancient gold wyrm. Em suma: nada podíamos contra a Anushka, nada podíamos sem a Scarlet, e provavelmente nunca conseguiríamos ficar com a escama para tentar explorá-la de alguma forma para a história da campanha.

Fica um sabor agridoce, porque foram dois episódios onde foi notório o sacrifício do grupo, e o esforço que foi necessário para conseguirmos sair dali todos com vida, e no fim fica a sensação que pouco teve a ver connosco, e que saímos dali com cento e poucas moedas de ouro, que ainda por cima mal pagam as healing potions que tivemos que usar.

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