Enquanto não começava a última sessão, estávamos a debater o ridículo de
aplicar “criticial fumbles” a personagens de nível alto. Faz sentido um
guerreiro de nível 10+ tropeçar no meio de um combate, ou deixar cair a espada?
Para mais, funcionando os “melee characters” com base numa progressão do número
de ataques por ronda, torna-se estatisticamente óbvio que praticamente ronda
sim, ronda não, vai-lhes calhar a fava.
Curiosamente, a sessão até parou num momento propenso a um episódio deste
cariz. Ficámos no início de um combate, no meio de um banquete onde estão todos
os figurões do reino e onde o paladino acaba de ser consagrado “herói do povo”.
O que poderia ser mais ridículo do que depois de tudo isto, ele rolar 2 ou 3 “fumbles”
e passar metade do tempo a dar cambalhotas nos bancos ou a ver a espada voar
pela janela?
Por outro lado, o sistema de “critical hits” serve de contrapeso. Da
mesma forma, estatisticamente o paladino vai ter maiores chances de rolar
vários 20s, e duplicar o dano. Portanto, como o bónus é elevado, a penalidade
também tem de o ser (caso contrário desequilibrava ainda mais o jogo, e classes
como bardo ou druida tornavam-se quase obsoletas).
Em suma: faz sentido existirem estas regras? Não torna a situação um
pouco Monty Pythiana um guerreiro
fazer 400 de dano, e de seguida escorregar sozinho, perder a espada, ou acertar
num aliado? Deveriam os 20s ser guardados apenas para a árvore dos “critical
feats”, e os 1s esquecidos a partir de nível 4 ou 5?
Cada vez que me lembro do combate dos quinze rolls de d20 do paladino em que ele rolou seis vezes 1... Até dá vontade de chorar. xD
ReplyDeletePelas regras, o 1 é auto-fail, e o 20 é auto-hit, não há fumbles. O que equilibra os criticos é terem de ser confirmados, plain simply. Mas se o problema são os danos absurdos, diminuam-se os multipliers todos por 1, e ponha-se o que já for de 1 em meio.
Por exemplo: Greatsword: 2d6 Crit 19-20/meio (rola-se o dano, soma-se os estáticos, e adiciona-se metade desse valor total)
Battleaxe 1d8 Crit x2 (ao invés de x3)
Sinceramente até torna o jogo mais jogável em termos de "olha ups rolei dois críticos com ataques do boss, estás morto". Tira menos aleatoriedade ao sistema. Mas seja como for, acho que é perfeitamente jogável com regras by the book, e convinhamos que quantas menos house-rules, melhor (em Pathfinder pelo menos).
E se o DM se quiser divertir com dias "azarados" dos PC's, arranje-se um número mágico, tipo o 13. Quando alguém rolar na iniciativa 13, something bad's gonna happen... At DM discretion!
Por mais experiente que seja o lutador, há sempre chances, mesmo na vida real ,de algo mau acontecer. Se queremos explicações, mete uma mosca a entrar-lhe no olho e isso fez com que falhasse (contra alguém cuja AC era até inferior ao BAB dele). Pode haver uma rabanada de vento de tal maneira que durante um ataque, ao movimentar a arma, conjugado com o vento este a deixe cair.
ReplyDeleteHá sempre maneira de explicar os criticals e os fumbles, como lhes chamaste. Eles existem para dar algum realismo às batalhas. Tens a situação dos bosses. Ok, tudo bem mas eles também têm orgãos vitais, cérebro que se perfurado é instant death com o triplo 20 que acontece 1 em cada 8000 vezes. Eles devem existir e continuar sempre a existir, dado que jogos de roleplay de pen and paper são para nos colocarmos no papel de personagens como se fossemos nós e quanto mais próximo de um ambiente realista estivermos melhor é a imersão nesse mundo...
Os dois pontos de vista são válidos. Mas sempre achei que ter de confirmar os crits é um pouco anti-climático. Um jogador rolar 20, ficar todo entusiasmado, e logo a seguir “olha afinal não é”… Meh! Parece-me perfeitamente justificável, e lógico, que mesmo alguém de high level falhe ataques. Durante a nossa discussão eu dei o exemplo do Roberto Baggio falhar o penalty na final do Itália 90 que deu a vitória à Alemanha. E o Baggio era o melhor jogador do mundo naquela altura. Agora, lá está, o sistema está feito para muitos ataques por ronda, e começo a achar algo pouco plausível “o Aragorn” a cada 10 segundos escorregar ou perder a espada. Acho isso engraçado e coerente num PC de nível baixo (onde inclusive isso acontece muito raramente), mas num de nível alto… lá está, entramos numa de Monty Python.
ReplyDeleteEstamos a nível 20! É a batalha do tudo-ou-nada entre o Gandalf e o Balrog! O Gandalf gira o bastão… e, olha, saltou-lhe da mão e caiu no abismo. Mas logo a seguir puxa da espada… e, raios, escorregou na cauda da túnica.