Tuesday 17 February 2015

D&D 5 – It’s Raining Harpers

(The Courting of Fire – Parte 1)

Era chegada a hora! Após meses de inactividade, tinha sido enviada nova convocatória à Irmandade da Vacaria. Ponto de Encontro: o 48º Encontro Mensal de Roleplayers de Lisboa. Os maiores heróis de Faerûn estavam de regresso. Seis bravos e destemidos campeões da bovinidade roleplayística juraram solenemente combater as forças de Tiamat! E então, chegado o momento, chegada a Hora H… apareceram dois.
Ok, este provavelmente não vai ser o relato mais épico da História de Dungeons & Dragons, mas em nome do esforço de dois jogadores e um DM em não baixar os braços, rejeitando votar ao esquecimento o Legado da Irmandade da Vacaria, será igualmente alvo de uma crónica epopeica na tradição de Homero!

Mais vale meia vaca na mão, do que uma vaca inteira a voar (este título é terrivelmente spoileresco…)
Ora bem, fazer uma sessão de D&D com apenas 2 jogadores não é propriamente o que se aconselha nos livros. Mas, a bem da verdade, 99% do que fazem os loucos desvairados que integram a Irmandade da Vacaria também não vem propriamente no “manual de boas práticas de D&D”. E portanto, cheios de entusiasmo e motivação (leia-se: cerveja e café), os 50% de Irmãos Bovinos necessários para estabelecer quórum fizeram-se à aventura…
Da última vez que a pequena cidade de Phlan tinha visto o Guardião do Legado da Irmandade da Vacaria, o clérigo anão Khan Bleedingaxe, este decidira juntar-se aos Harpers, os tipos bonzinhos que protegem os fracos e oprimidos do mundo, yada yada yada, boring boring boring, bocejo, bocejo, bocejo. Khan (clérigo de nível 3) regressa a Phlan na companhia de dois jovens recrutas Harpers (que é como quem diz “dois NPCs genéricos pré-fabricados com cara-de-alvo para irem à frente na dungeon a tropeçar nas armadilhas”). No já famoso “Bule de Chá da Madame Freona” conhecem o rogue Andrezel. Devo dizer que existem fortes probabilidades de o nome dele não ser este, pois ao fim de 3 horas, e mesmo depois de ver o nome escrito 20 vezes, tanto eu como o DM continuávamos a chamar-lhe outra coisa qualquer. Ora, Andrusil era um agente Zhentarim. E por aqui é fácil os leitores mais atentos aperceberem-se de imediato que esta é sem margem para dúvidas uma aventura da Irmandade da Vacaria, pois juntar Harpers e Zhentarims é mais ou menos a mesma coisa que juntar Jedis e Siths. Mas enfim, em amena cavaqueira ao redor de um baralho de cartas, lá se encontravam civilizadamente a sociabilizar estas pobres vítimas do Destino.
Eis senão quando, entra um guarda dos Blackfists (os guardas corruptos da cidade), e afixa um poster de WANTED no meio da taberna. Dois desonestos meliantes, Spernik e Teebem, eram procurados pelo Lord Sage da Biblioteca de AlePhlandria (or something…), sendo que Teebem já se encontrava capturado. Perspicazes como poucos no continente de Faerûn, tanto Khan como Andrezinho souberem de imediato que isto era… UMA MISSÃO PARA A IRMANDADE DA VACARIA! OH YEAAAAH!!!!

A biblioteca, e a violinista sexy
Já que o apelo para caçar os criminosos tinha sido lançado pelo Lord Sage, tornou-se de imediato óbvio que a nossa primeira paragem era a biblioteca. Depois de passar algum tempo às voltas dentro do edifício – e com vontade de esmurrar os cretinos dos escribas que não paravam de mandar vir comigo e com os dois recrutas por estarmos a encher o chão com lama por causa das nossas botas (Notem a mais do que óbvia discriminação por parte do DM contra os Harpers: as botas do Zhentarim estavam limpinhas, só mesmo os Harpers é que cagavam o chão todo! Let’s face it: o crime compensa…) – acabamos por chegar aos aposentos do Lord Sage. Este diz-nos que Spernik e Teebem se estavam a fazer passar por escribas, e que roubaram um livro com a localização de um certo “Circle of Scales”, uma antiga organização de druidas que queria dominar dragões. Não só roubaram esse livro como outros tantos, e ainda deixaram cópias adulteradas no lugar dos originais, ocultando precisamente a informação sobre o Circle of Scales. Espero ao menos ter apontando este nome correctamente, senão ainda acabo a descobrir que passei o tempo todo a correr atrás do Cirque du Soleil…
Continuando, Teebem foi capturado, mas recusa-se a falar. Encontra-se na prisão, tendo provocado a morte de um dos Blackfists.
Delineado que está o ponto de partida, é chegada a hora de procurar informações úteis.
Andrizélio dirige-se ao Laughing Goblin Inn, frequentado por ralé da laia dele, e usa os seus contactos no submundo dos bandidos, drogados, mete-nojo, pilha-galinhas, chungaria, vira-lata, para recolher informações sobre os dois gatunos. Infelizmente, passa boa parte do tempo com os olhos numa violinista sexy, que toca freneticamente o “Presto/Verão” de Vivaldi, e a única coisa que descobre é que os dois gajos estavam a preparar uma grande expedição.


A prisão, e novamente as botas dos Harpers
Se há sítio na cidade onde é expectável que alguém se dirija para comprar material para uma grande expedição é a loja do Senhor Cockburn. Além do facto de o dono da loja ter um apelido extremamente suis generis, há dois pormenores de relevância nesta visita: 1) os Harpers voltaram a borrar a loja toda com a lama das botas (nota mental: escrever ao Elminster a pedir botas mágicas encantadas com “prestidigitation/instant clean”); 2) o Senhor Queimadura-na-pila guardou um bloco de notas pertencente a Spernik e Teebem, onde se encontra uma folha rasgada com parte de um mapa. Eureka! Isto é XP garantido!
A altas horas da noite, rumamos à prisão, onde os guardas corruptos, mal-educados, e broncos, se recusam a deixar-nos visitar os calabouços. Nem com os sucessivos subornos do Androzono a coisa lá vai. Já a fazer contas de somar ao XP que um grupo de guardas citadinos deve valer, recordo-me nesse instante da NPC com quem nos cruzámos na última aventura, a Capitã Aelid, e brado o seu nome aos céus! MAGIA! Adivinhem quem surge nesse preciso momento atrás do nobre clérigo? Estão a ver, crianças, como compensa tomar notas durante as sessões? Ah, pois é!
Já não vamos a tempo de falar com Teebem, pois este foi enforcado. Mas conseguimos obter (entre os seus pertences) uma chave de ferro, e o papel com a segunda parte do mapa.

The roof, the roof, the roof is on fire
Estando de noite, e a nevar, o grupo dirige-se à estalagem para pernoitar. Segue-se um daqueles pitorescos momentos onde os PCs fazem figura de urso. O DM pede “perception checks”. O meu anão falha. Andrezímio falha. E portanto somos acordados pelos NPCS PREGENS DE NÍVEL 1 QUE PASSAM NO PERCEPTION CHECK, porque alguém acaba de sair do nosso quarto!
Segue-se uma frenética perseguição nocturna pelos telhados de Phlan, com Andrezombie a perseguir a estranha personagem que se pôs em fuga. Ora, dou comigo a pensar que não faz grande sentido um clérigo anão andar a pulular de telhado em telhado, portanto tento segui-los correndo pelas ruas da cidade! Faço um novo perception check… e falho miseravelmente, ficando perdido algures numa rua sinistra e escura. Bom, mas ao menos os recrutas Harpers são humanos, e esses talvez possam juntar-se a Andracite na perseguição! O primeiro começa a saltar pelos telhados… eu rolo um acrobatics checks… e sai 1! Subitamente, o desorientado anão, perdido algures pela cidade, leva com um Harper em cima, que escorrega do telhado. Bom, mas nada está perdido! Ainda temos o segundo recruta! Novo acrobatics check… 3! E lá leva o desgraçado anão com mais um soldado a cair-lhe em cima. E assim, nesta noite miserável, além de os Harpers cagarem o chão com lama em todos os locais onde entram, os bardos poderão cantar à lua “It’s raining Harpers! Hallelujah, it’s raining Harpers!”
*suspiro* Não há dúvidas. Esta é MESMO uma aventura da mítica Irmandade da Vacaria.
Retomando a história: Andrizzle consegue apanhar o ladrão noctívago. Trata-se – CHOQUE! – da esbelta Scarlet que tocava violino no Laughing Goblin! A moçoila está desesperadamente interessada em deitar as mãos ao artefacto que se encontra no templo do Circle of Scales, mas não tem o mapa para lá chegar.
Depois de combinada uma reunião no cemitério da cidade – provavelmente o único local onde não corremos o risco de ter Harpers a cair do telhado – Scarlet diz querer levar o artefacto para a Igreja de Bahamut. Como não conheço a moçoila de lado algum, digo-lhe que tal só será aceitável após mediação dos superiores dos Harpers. A ideia não lhe parece agradar em demasiado, mas por agora parecemos ter o mesmo objectivo em comum.

Só há uma coisa que odeio mais do que o Culto do Dragão: elfos!
Seguimos em direcção às Dragonspire Mountains, sendo obrigados a passar pela Darksong Forest, habitada por elfos. Uma estátua à entrada do desfiladeiro da floresta montanhosa tem um sinal a exigir 10 moedas de ouro por cada transeunte. Mas que porra!!!! O cretino do Lord Sage da biblioteca só nos queria pagar 50 moedas por lhe devolvermos Spernik, e agora tenho que ser esmifrado por elfos? ELFOS??!! Ainda por cima, tenho que pagar a minha portagem e ainda a dos dois recrutas? Não me parece! Além do mais, o Zhentarim também não se mostra interessado em pagar. Ora, COMO ESTAS DECISÕES TÊM SEMPRE MUITO BONS RESULTADOS EM D&D, decidimos seguir caminho.
Mal damos três passos, levamos com uma saraivada de flechas. Os malditos elfos, cobardemente escondidos no topo de um desfiladeiro, começam a fazer ameaças por não termos pago a portagem. Irritado com o facto de estar a ser extorquido por elfos para entrar em montanhas que provavelmente pertenceram aos anões há muitos séculos, envolvo-me numa acesa troca de palavras que termina com algo do género “o único elfo bom, é um elfo morto!”
Ora, criançada, mais um conselho do Tio Tasslehoff: meçam bem as palavras, porque o DM pode ser suficientemente chaotic evil para querer acabar a campanha mais cedo, com um total party kill.
Nós somos quatro, os elfos são alguns 10, têm arcos com alcance, e estão no cimo do desfiladeiro. É impossível matá-los. É impossível fugir. O líder das nefastas criaturas de orelhas pontiagudas diz que só deixará o resto do pessoal passar o desfiladeiro com vida se lhe levarem a cabeça do anão, separada do resto do corpo. Ainda tento resolver a questão apresentando as minhas desculpas, e reconhecendo que me tinha excedido nas palavras. Mas qual quê! Estes elfos são chaotic evil.
Eis senão quando, Androzoide salva o dia! Propõe aos elfos deixarem-nos sair dali com vida a troco da barba do anão…
A TROCO DO QUÊ?!?!?!!?!?!?!?!!?!?
Sim, leram bem: a barba do anão! E assim, o honorável Khan Bleedingaxe, fiel sacerdote de Marthammor Duin, agente dos Harpers, Campeão da Irmandade da Vacaria, amigo dos sacerdotes da Igreja de Kelemvor, salvador do Moonsea, nemesis do Culto do Dragão… viu a sua barba ser-lhe tosquiada, com Andrezel a assumir momentaneamente o papel de FIGARO:



[Falar de Dungeons & Dragons e meter-vos a ver ópera… digam lá se isto não merece INSPIRATION!]
Mas os boçais elfos não tiveram muito tempo para zombar do pobre anão, pois nem dois segundos se passaram, e uma sombra enorme cobriu as montanhas… O pânico tomou conta dos orelhas pontiagudas, e um tremendo dragão branco fez um flyby, congelando-os com a sua breath weapon. Justice is served! No rest for the wicked!
MAS! Calma, que isto não acaba aqui! O dragão contorna a montanha, e quando dá a volta traz algo na sua mandíbula. É algo grande. Algo familiar. Algo que faz… MOOOOOOOOOOO!!!

To be continued

Tuesday 10 February 2015

Riga's Log: Orcs n' Squirrels


[D&D 5 campaign featuring: Baccardi Riga III (Gnome Illusionist), Gilthanas (Paladin of Sune), Klin (Druid), Rolfo Bleedingaxe (Cleric of Clangeddin Silverbeard)]

House of the Divine Fire
Enjoying some downtime after reclaiming The Lost Mine of Phandelver, the Heroes of the Divine Fire spent some time in the town of Phandalin. Gilthanas invited his comrades for apflestrudel in the Stonehill Inn, where Baccardi displayed his new three-pointed hat with the illusion of a spider-shaped gem (combining with the Spider Staff he acquired previously).
The group decided to rent a house in the main plaza and announced the future "House of the Divine Fire", bearing a small temple to Sune, as well as serving as the group's base of operations.
We tried to convince the thrice-damned Mayor to allow us to occupy the abandoned Tresandor's Mansion, but not even with the promise of restoring the building AND cleaning the catacombs the bastard agreed. We're really starting to hate the guy... On the other hand, his butler, the friendly Jeff, is becoming one of the party's most enthusiastic retainers!


Many Arrows / Many Orcs
A poster in the Town Hall alerted for orcs attacking caravans along Triboar Trail, near the mountains at NE. Another job for the Heroes of the Divine Fire! Rolfo celebrated a mass in the central square, asking Clangeddin for guidance. And thus the heroes departed towards the sunset... with the paladin playing his noisy bagpipes!
The orcs' lair was rapidly discovered, with the druid shaping himself as a squirrel running with a gold piece in his mouth to allure the lonely sentry (which was spending his time hunting squirrels). Inside the cave, the monsters were easily overcome, but dire news awaited the adventurers: there's an orc tribe that goes by the name "Many Arrows" that is planning an invasion in this region.

Baccardi Riga: Mayor of Phandalin?
The news were immediately taken to the Mayor, who didn't seem quite worried about it. Afterwards, we headed to the mines in order to alert Gandrid, expecting some dwarven help to the pressing matter. But the greedy bastard seemed only interested in his profit coming from the mine (which, by the way, has a "certain magical forge" that belongs to a "certain magical gnome").
Faced with the Mayor's ineptitude to address such a troubling issue, certain voices started to be raised, claiming for a new election. Those same voices whisper a name: the most humble Baccardi Riga!


P.S. I’d say the charming gnome deserves a bonus 50% in XP, and an additional 100 gp, for the cool map, and exciting chronicle.

Tuesday 3 February 2015

Session II.20 - The Kiss of Charybdis


Sooooo, without any sort of false modesty, I must start by saying WE HAD A BLASTING SESSION!
Hands down, the 20th session of our "The Pendants of Tor-Logos" campaign was quite certainly one to place in the podium.

Release the Kraken!
When the party reaches level 13 it is time to start sending a few GARGANTUAN monsters towards them. I couldn't pass this "RELEASE THE KRAKEN” opportunity. How often do we get a high level party in a boat? Therefore, my godly powers summoned a very angry Charybdis, a child of the god of the oceans. It was time for snacks and munchies… and the rogue was the main course!
I don't enjoy very much using these monsters which are very big and only do multiple attacks with massive damage. After two rounds it becomes repetitive (even swallowing the poor rogue along the process). That is why I threw a nereid into the bargain, thus having some magical hocus pocus to play with. I'm also not a big fan of using charm/compulsion stuff against the PCs, but we're playing D&D (more accurately, Pathfinder), so there's really not much alternative...

War, and Destruction, and Demons... Oh my!
Next, came the best of the session. One of the things I try very hard to define me as a GM is the surgical placement of puzzle pieces woven by the players' actions. When a considerable amount of pieces are moved simultaneously, triggering a major history moment, it is time for the GM to sit back and enjoy the players discussing priorities and choices. And when they have different ideas, different approaches, and different ethical and moral opinions... ROLEPLAY HAPPENS!
Resuming 2,5 hours of roleplay: there's a new Titan called Kelsier, which is a balor (and a former PC from a previous campaign). He intends to enter the Prime Material Plane with his armies of demons to help the PCs' kingdom to defeat its dwarven enemies. To do so, he needs a link between the two Planes. That link will appear in the form of a soon-to-be-born child, whose parents are a succubus and the Regent Prince's cousin. Most members of the McKymera family are followers of the same god as Kelsier, therefore their understanding of the events may be quite different form the PCs'.
How, and when, to act is less than linear. The prince's cousin is a major political enemy of the party. The prince himself may not see the situation in the same way the players do. Will they kill an unborn child, without knowing if it has any inner evil? Also, the McKymera family is under a curse that prevents them from bearing progeny. What if this is the only way to overcome that limitation?
Close the notebook, cross arms, watch and enjoy... :)

Trial of the Tree Hugger
And if the previous scene didn't contain enough roleplay... how about a trial where the accused is one of the PCs, and the defense witness and lawyer are the other PCs? Thorkron had to answer before court for being the mastermind behind an attack that caused the death of city guards. There wasn't much in the prosecution, but it offered an opportunity for the players to eliminate another political enemy. These guys are rapidly getting rid of all opposition... Mafia Family in the making? I wonder...


Session Chronicle and Epilogue (Portuguese): link